Jean-Luc Mélenchon



Jean-Luc Mélenchon nasceu em Tanger, Marrocos a 19 de Agosto, licenciado em filosofia e professor antes de ingressar no universo político, Mélenchon foi ministro de Educação Vocacional de 2000 a 2002, bem como membro do Senado, como representante do departamento de Essone.

O homem da esquerda radical  (esquerda socialista -materialista histórico),  cuja máxima assenta em "Tomemos o Poder", vai colhendo frutos da sua divergência de ideais face ao socialismo moderado de  Hollande mas, sobretudo, a todas as outras correntes de direita (a Marine Le Pen chama-lhe o morcego ou a besta vomitando veneno). Como afirma o Público, de um jeito lírico, Mélenchon "tem conquistado eleitores como se apanhasse flores num jardim".
A 22 de Abril, a França irá votar a primeira volta às presidenciais e, segundo o jornal Figaro, os seus comícios são semelhantes ás tele-evangélicas dos Estados Unidos da América. Mélenchon, radical na sua campanha eleitoral, incentiva a população a uma revolta civil e cidadã. Considerando que a União Europeia deixou de ser uma solução e passou a ser "o problema" ( o liberalismo económico americano corrompeu as instituições, passou o poder absoluto para  a tecnocracia, retirando a legitimidade do poder ao povo);  baseia o seu programa Manifesto O Humano Primeiro,  na taxação máxima (100%)  de todos os rendimentos acima dos 360 mil euros anuais, considera o salário mínimo na ordem dos 1700 euros mensais, defende a saída da Nato e descarta radicalmente a postura de ratificação do mecanismo europeu de estabilidade do euro.



Jean-Luc não se auto-intitula comunista, mas um esquerdista socialista, estando, desde sempre, a favor de uma Europa democrática unida e cooperativa, tendo-se oposto ao Tratado de Lisboa, bem como à independência do Banco Central Europeu. Mais palavras para quê? As multidões identificam-se, vêm-se representadas, como analisa o jornal La Croix, dizendo que 80% dos franceses compreende que a globalização está a acabar com o emprego, sendo que 70% considera ainda que a mesma é responsável pelo aumento do défice. A somar-se a este quadro, o descontentamento com o actual presidente Sarkozy e descontentes com o outro candidato, François Hollande, dito "candidato normal".
A ver vamos se este homem poderoso pelo dom da palavra e ideais consegue converter o liberalismo económico assente no poder absoluto da tecnocracia numa tendência do refluxo de esquerda a retomar o poder legítimo do povo, a concretizar e ajudar a democracia europeia no rumo das democracias saudáveis.

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