Morton Feldman

 São dias a imporem-se aos dias e noites que se sucedem a eles. Desilusões a que chamamos nomes feios e que, de alguma maneira, nos dão conta desta impotência chamada cambiar.

Nada cambia, exceto o formato das nuvens, a cor das árvores e dos passeios que de lixos e de cocó de cães se vai enchendo. Nada cambia, nem mesmo a nossa vontade de ver esse cambio na sociedade da qual fazemos parte. Como números cativos. Números como números, a soar fora de ritmo.
Numa matemática de dias iguais.
Cinza, invento eu, para colorir o preto e branco.



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